quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Quantos de nós não queremos dar um grito de basta?


A maioria das nossas demandas vem do mundo exterior, principalmente do trabalho. Em nome da competitividade e da exigência a que o modelo econômico nos submete perdemos, por medo ou conformismo, a noção do dizer não.

Inconscientemente, nos transformamos nos mitológicos heróis: super homens e super mulheres. Exaustos da (e na) rotina do dia-a-dia e sempre atendendo a voracidade das demandas profissionais, esquecemo-nos do respeito aos nossos próprios limites.

Caímos no canto das Sereias modernas, vorazes – modelo empresarial, sociedade de consumo e mídia - a nos pedir mais e mais sem limites aparentes e inconscientemente vamos alimentando este modelo. “Fazer mais com menos, vamos lá! Você consegue”.

O peito se angustia e dói, a alma clama por instantes de paz e conexão conosco mesmos, mas adormecidos pelo canto doce do modelo em que estamos inseridos, nos negamos à consciência de quanto isto tudo vem nos incomodando e machucando.

Machuca nossa essência que anseia por dizer: Basta!  É preciso repensar o modelo que construímos e que agora alimentamos!

Machuca nossa alma que tem fome de outras demandas também relevantes. Um tempo para nós mesmos. Um tempo para relacionar-se com amigos dos quais sentimos legítima saudade e para os quais não temos disponibilidade porque consumimos todo nosso tempo no atendimento das demandas profissionais. Fazer mais, fazer mais sempre e sempre.

Afinal não custa estender a jornada de trabalho por mais duas ou três horas além de seu término. Não custa encaixar uma reunião a mais no tempo exíguo que se já não tem sequer para nós mesmos.

Não custa atender àquela demanda que faz com que a hora do almoço fique reduzida ao lanche rápido, não custa atender aquele telefonema de negócios na hora do jantar que vai nos privar de estarmos plenos com nossas famílias.

E a vida prossegue dia após dia e o grito entalado de que este modelo precisa ser repensado, pois não é justo e nem atende à nossa integridade e à integralidade como seres humanos não sai de nossas bocas!

Basta! Que tal repensarmos o modelo? Que ações podemos fazer para transformá-lo de competitivo em colaborativo? De controlar e vencer para conectar e cooperar? De Eu para o Todo?