A maioria das nossas demandas
vem do mundo exterior, principalmente do trabalho. Em nome da competitividade e
da exigência a que o modelo econômico nos submete perdemos, por medo ou
conformismo, a noção do dizer não.
Inconscientemente, nos
transformamos nos mitológicos heróis: super homens e super mulheres. Exaustos da
(e na) rotina do dia-a-dia e sempre atendendo a voracidade das demandas
profissionais, esquecemo-nos do respeito aos nossos próprios limites.
Caímos no canto das Sereias
modernas, vorazes – modelo empresarial, sociedade de consumo e mídia - a nos
pedir mais e mais sem limites aparentes e inconscientemente vamos alimentando
este modelo. “Fazer mais com menos, vamos lá! Você consegue”.
O peito se angustia e dói, a
alma clama por instantes de paz e conexão conosco mesmos, mas adormecidos pelo
canto doce do modelo em que estamos inseridos, nos negamos à consciência de
quanto isto tudo vem nos incomodando e machucando.
Machuca nossa essência que
anseia por dizer: Basta! É preciso
repensar o modelo que construímos e que agora alimentamos!
Machuca nossa alma que tem
fome de outras demandas também relevantes. Um tempo para nós mesmos. Um tempo
para relacionar-se com amigos dos quais sentimos legítima saudade e para os
quais não temos disponibilidade porque consumimos todo nosso tempo no
atendimento das demandas profissionais. Fazer mais, fazer mais sempre e sempre.
Afinal não custa estender a
jornada de trabalho por mais duas ou três horas além de seu término. Não custa
encaixar uma reunião a mais no tempo exíguo que se já não tem sequer para nós
mesmos.
Não custa atender àquela
demanda que faz com que a hora do almoço fique reduzida ao lanche rápido, não custa
atender aquele telefonema de negócios na hora do jantar que vai nos privar de
estarmos plenos com nossas famílias.
E a vida prossegue dia após
dia e o grito entalado de que este modelo precisa ser repensado, pois não é
justo e nem atende à nossa integridade e à integralidade como seres humanos não
sai de nossas bocas!
Basta! Que tal repensarmos o
modelo? Que ações podemos fazer para transformá-lo de competitivo em colaborativo?
De controlar e vencer para conectar e cooperar? De Eu para o Todo?