sábado, 22 de outubro de 2022

QUAL SEU MAIOR MEDO?


 

Olá,  sou Ricardo Farah. Sou mentor de executivos, coach e conselheiro de C- Levels.


Me responda rápido: Qual seu maior medo? (pausa...)



Quero fazer a você um convite muito especial para um processo de transformação PESSOAL E PROFISSIONAL  que irá agregar valor e fazer a diferença em sua vida e na vida das pessoas ao seu redor. Denominei essa mentoria “Dos medos do ego para o voo da alma.” Não, não é pieguice nem papo de autoajuda. Desafio você a continuar lendo! 


PORQUE DO CONVITE DIRIGIDO A VOCÊ E NÃO ÀS EMPRESAS...

Depois de exercer carreiras paralelas, por 34 anos,  como professor universitário, consultor organizacional, coach, mentor e conselheiro de C-Level’s, sei claramente que a maioria das empresas não quer que você faça a trajetória dos medos de seu ego para as potencialidades da alma.

Veja,  que se digo a maioria, é porque também conheço empresas que atuam no novo paradigma de cooperação, colaboração e cocriação, oferecendo aos seus executivos a possibilidade de crescerem sem o condicionamento cultural vigente que os impede de questionar “a forma como as coisas são feitas” bem como não os manipulando externamente e internamente pelos medos e culpas comuns a todos os seres humanos. Afinal a cultura organizacional forma, conforma ou deforma os colaboradores. Vou falar desses medos logo abaixo.


"OS PROBLEMAS NÃO PODEM SER RESOLVIDOS PELO MESMO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA QUE OS CRIOU".

Adoro esta frase atribuída a Albert Einstein. Ela também me mostra que ao sistema corporativo vigente, não interessa que o colaborador tenha uma expansão de consciência. Quem expande a consciência sai da normose e questiona. Questionar incomoda.


“Questionar e estar consciente: Estes são os mais preciosos mestres. Eles moram no coração de todo ser humano que começa a acordar para o desperdício e o perigo de uma vida não examinada.” (Tarthang Tulku, Livro: Conhecimento da Liberdade - Tempo de Mudança) 


Nos ambientes empresariais e sociais os medos (vários deles) fazem com que nos conformemos e fiquemos presos, sem alcançar toda a potencialidade a que somos destinados.


Olhe em torno e veja se isto não afeta você ou  pessoas com as quais se relaciona ou conhece:

Cenários nacionais e mundiais sendo sempre espelhados negativamente pela mídia (há um desequilíbrio entre a publicação de notícias positivas e negativas);

+

Mudanças trazidas pelos ambientes externos e internos que geram ansiedade e medos principalmente relacionados à:

Sobrevivência: medos de que não teremos o suficiente de dinheiro/segurança/ proteção para satisfazer nossas necessidades físicas de sobrevivência;  

Relacionamento: medos de não temos suficiente amor / amizade/ relacionamentos para satisfazer nossas necessidades emocionais de pertencimento;

Autoestima: medos de não sermos bons/importantes/perfeitos o suficiente para satisfazer nossas necessidades emocionais de autoestima.


Identificou? Então o que acontece?


Quando temos medo, não estamos inteiros. O medo ensombrece o amor e a capacidade de expressão de nossa alma,  bem como a nossa capacidade de conexão. Você sente isso, não?

O processo de aprender a alinhar as necessidades do ego com as necessidades da alma é chamado de transformação pessoal, que implica em administrar os medos conscientes e subconscientes de modo a abrir caminhos  a potenciais que até então desconhecemos.


O QUE IREI COMPARTILHAR COM VOCÊ:

     O que  e quais são nossos medos conscientes e subconscientes e como se formam.

·     Armadilhas comuns da vida ou crenças limitantes.

·     Quais são seus valores positivos e valores limitantes.

·     A partir de que nível de consciência você está operando.

·     Um caminho de transformação pessoal : Como lidar com medos administrando-os de forma positiva e assim dando passagem às potencialidades da alma no Ser Humano.

·     Como gerenciar seus medos conscientes e subconscientes em 08 passos.

·     Como desafiar crenças limitantes e estabelecer um novo patamar pessoal e profissional, administrando os medos do ego e incorporando suas potencialidades ligadas à alma,  como ser humano e líder integral e humanizado.


COMO? 

Em 04 reuniões semanais com duração de duas horas cada, on-line, podendo continuar se assim o desejar, por mais algum tempo, com reuniões semanais de uma hora. 

Pré-work necessário: preenchimento de um assessment.  


Se ressoou em você, faça contato comigo e deixe-me saber para que eu possa enviar-lhe proposta de prestação de serviços nesse sentido. 

 

                                                   Um abraço, Ricardo Farah

 

 

 

 

 

 

 








sexta-feira, 26 de março de 2021

Um ano de pandemia! E, você?

 

Acordei tomado por um misto de pensamentos, sentimentos e emoções, como tem sido ultimamente.

 

E, você tem se sentido assim? 

 

Mais um dia contraditório...

A vida tem de seguir! verdade, mas, como seguir sem sentir pesar pelo número de mortes de vitimas do Covid-19! Mais ainda pelo número de vítimas diárias!

Como sentar em frente ao notebook e partir para mais uma “live” tendo consciência do que está acontecendo no mundo como um todo e especialmente ao meu redor. Quem, ainda, não perdeu um parente, um amigo ou um conhecido?

 

O que estou falando faz sentido para você também?

 

Como sentar e continuar a trabalhar, mantendo o foco, como se não estivesse enxergando tanta polarização, tantos discursos de ódio e negação ao invés de possibilidades de cooperação, colaboração e cocriação para favorecer um ambiente necessário  de amor e paz?

Não está fácil! Devo manter-me produtivo! Sim, mas não ao custo de negar o que está acontecendo interiormente (comigo) e externamente.

 

Comigo, perplexidade, pela falta de informações tranquilizadoras ou pela desinformação  gerada pela quantidade de informações falsas.

 

Comigo, por ver tantos discursos de ódio, tantas pessoas perdidas de seus propósitos, ou mesmo sem propósitos, tanto medo se espalhando, tanta insegurança crescendo.

 

Comigo, pelo sentimento de impotência e de ser refém de uma situação onde se busca negar que a realidade mudou. Que o mundo não é mais o mesmo como o conhecia e que ainda existem pessoas que falam “quando voltar ao normal...”

 

Comigo, quando não posso negar a dor que sinto, e,  a compaixão de meu coração,  quando meu amor entra em contato com a dor do outro.

 

Minha fala encontra ressonância em você?

 

Externamente, profissionais de saúde estressados, sistema de saúde colapsado,  famílias enlutadas, o mundo de joelhos perante uma doença, economias nacionais em declínio (salvo raras exceções), desaparecimento de muitas empresas e consequentemente aumento do desemprego, concentração do capital financeiro, etc. etc.

 

Falei que acordei tomado por um misto de pensamentos, sentimentos e emoções, não foi?

 

Pois bem, agora vem o outro lado de meu sentir: sim , tenho de me sentar em frente ao notebook e partir para mais uma live! sim, tenho de continuar a trabalhar, mantendo o foco! Sim,  tenho de manter-me produtivo. É salutar e saudável, além de extremamente necessário.

 

Você concorda?

 

Mas,  para que isto aconteça (para mim, pelo menos)  preciso  fazer uma pausa, um minuto de silêncio e sentir o luto pelos que se foram e suas famílias, bem como pelo que está acontecendo no mundo.

 

Mas para que isto aconteça (para mim, pelo menos)  preciso entrar em contato com minha espiritualidade, abraçando minha vulnerabilidade e a entregando à uma Consciência Superior, pedindo à Ela que não me deixe afastar-me dos valores humanos maiores como a compaixão, a solidariedade e o amor, valores que me mantenham em meu propósito de vida e que me permitam fazer uma diferença positiva no mundo através do servir.

 

Vou lhe fazer um convite, aceita?

 

Eis, então, meu convite a você: faça uma breve pausa. Feche os olhos, inspire e exale profundamente por algumas vezes, sentindo sua respiração. Apenas isso.  Agora, sempre inspirando e exalando, entre em contato com seu coração, com a energia amorosa que existe e emana dele. Sinta-a! E, com esta energia de amor, acolha com compaixão, sua própria vulnerabilidade neste momento. Inspire e exale e acolha também,  a dor pelo outro que você possa estar sentindo. Inspire e exale profundamente e abra os olhos em seu tempo.

 

Gratidão a você! Um abraço!

 

(Dedicado a P.R. Sarkar)

 

Foto by: Aaron Blanco 


quarta-feira, 19 de setembro de 2018

De volta para dentro


Olho e observo em torno... Vejo nas empresas por onde transito;  vejo nas mídias sociais, escuto nas conversas em cafés, nos restaurantes, nos bate-papos de corredores...
Estamos todos muito voltados para fora e pouco conectados com nosso mundo interior. Super pré-ocupados. Com o exterior. E, como tal, pouco ocupados com o essencial, os nossos desejos internos de estar em paz, de viver mais saudavelmente, de ter mais tempo para a família, para estar com amigos, etc. Afinal, são tantas as demandas externas!

Como sobreviver em um mundo que escolheu a competitividade em vez da colaboração? Como conviver na empresa com líderes e colegas que nos sufocam por suas posturas e atitudes muitas vezes tóxicas? Como conseguir trocar a noite de sono pela preocupação do trabalho de amanhã? Como negociar a paz de espírito pelo salário?  

Existe, em todos nós,  uma ânsia, verdadeira e real,  por sermos  felizes ou buscarmos a felicidade. Porém, onde encontrar a felicidade que não estamos encontrando? Fora de nós...E aí começa o perigo! Inconscientemente compensamos a infelicidade, calando nossos mais legítimos desejos internos e buscando a felicidade fora de nós. Em coisas, objetos e até em pessoas que cremos – que uma vez obtidas – nos trarão a tão buscada felicidade. E, então,  trocamos nossa paz de espírito pela busca de um  carro melhor, um apartamento maior , mais uma roupa da grife, o novo modelo do celular top de linha,  etc... Um círculo vicioso e ilusório que nos aprisiona cada vez mais.

E, enquanto  vamos nos enganando projetando a felicidade que um dia obteremos no externo,  vamos adoecendo no interno. Nos arrastamos para o trabalho que já não nos traz satisfação; dirigimos no trânsito que nos rouba muitas horas de vida diariamente, engolimos as refeições rapidamente. “É preciso fazer mais com menos...”
  
Para calar a dor da alma que grita desesperadamente,  nos voltamos ainda mais para o exterior e nos fingimos de surdos ( e mudos). Olhamos para os lados e justificamos que o que estamos vivendo é normal, “ todos fazem assim”...  Algumas vezes fazemos de conta, jogando o “jogo do contente”,  publicando a imagem que desejamos passar de felicidade nas mídias sociais.

Esquecemos que precisamos de momentos diários de interiorização, de plena consciência em escutar os nossos valores mais verdadeiros e os desejos mais legítimos de nosso coração. Escutar aquela voz que queremos, por medo, calar.
Precisamos de estar conosco em meditação, em oração à nossa verdade interior, dialogando amorosamente com nossos medos, se  quisermos ressignificar nossa vida. Para isso, precisamos ser verdadeiros e compassivos conosco e, também,  com as pessoas que nos cercam.  A mudança exterior só começa após a coragem de uma mudança e um equilíbrio interiores.
(#BNK!)

sexta-feira, 12 de maio de 2017

sexta-feira, 26 de agosto de 2016



“ Você sabe qual a principal dificuldade do cachorro velho?” ele perguntou-me com seu sotaque belga, e ao escutar o meu não, respondeu-me: “É largar o osso ”.

Esse diálogo aconteceu há anos e desde então me inspira a refletir sobre o que temos dificuldade de largar.
Com seres humanos, quando gostamos ou detestamos algo que conhecemos a partir dos nossos cinco sentidos físicos, imediatamente ficamos apegados a este algo, que pode ser um objeto, um trabalho, uma ideia ou crença, uma relação e assim por diante. Funcionamos assim...
E esquecemos que a vida é movimento e que na paisagem da vida os ventos da mudança sopram a todo o instante.
E quando algo que vem muda algo que temos, resistimos de duas formas: ou rejeitamos o novo na espera de que o que era nosso (apego) no passado retorne ou projetamos para o futuro a expectativa de que o que não é mais hoje, retorne algum dia.
Com isto, deixamos de viver o presente, ou seja, a nova realidade que o presente nos trás e que é a única experiência pela qual temos de passar se quisermos evoluir. Pense nisso: não vivemos o presente por apego ao passado ou projeção ao futuro.
E, olhe que a vida nos envia constantes sinais de que o que estamos vivendo até agora já não mais faz sentido, está se esgotando ou já se esgotou.  Muitas vezes sentimos ou até mesmo intuímos essa realidade mas preferimos ignorá-la.
Olhar para o novo que se apresenta, muitas vezes pode nos deixar com medo porque necessariamente nos tirará da zona de conforto e podemos temer o desconhecido.
Porém, como costumo dizer, esta vida nada mais é do que uma grande escola para apreendermos a lidar com nossos medos. Podemos até repetir de ano, mas se não avançarmos seremos deixados à parte. Quanto mais cedo aprendemos a enfrentar o medo do novo menos sofrimento temos porque, no fundo, este sofrimento está ligado a  ficarmos reféns entre o apego ao velho e o apelo do novo.
Como coach, inúmeras vezes me deparo com esse quadro que é a dança entre a crença limitante a ser trabalhada, e a crença potencializadora que quer emergir.
Tenho aprendido ao longo de meus anos que a Vida é evolução. Aprendi a acreditar nisso e a propagar isso como um chamado e uma profissão de fé...

Qual o osso que você precisa largar?

( Em homenagem à Leon Bonaventure, Chagdud Tulku Rinpoche e Shrii Ánandamúrti).

Ricardo Farah

sábado, 14 de maio de 2016

Sobre o poder das escolhas.


-->
Tenho estudado o comportamento humano nestes últimos vinte anos em virtude de trabalhar como Coach,  ou ainda, como facilitador de programas de treinamento e desenvolvimento, focado no desenvolvimento  do potencial das pessoas e quero compartilhar com você algumas descobertas que fiz nesse sentido.

 Chego  à conclusão, de que na vida a gente não consegue fugir das escolhas. Não tem como. Imagine se eu lhe dissesse: “Fulano, escolha”. E, você me respondesse: “Eu, não quero escolher”. Assim mesmo você teria feito uma escolha, não é verdade? Não se pode fugir das nossas escolhas!
Bem, o próximo passo importante que devemos dar é entender o que motiva as nossas escolhas. Cheguei a duas vertentes básicas: escolhemos ou por medo ou por amor. Amor aqui entendido como fé, como acreditar.

Agora, precisamos compreender que cada vez que fazemos uma escolha é como se plantássemos uma semente, metaforicamente falando. Em condições adequadas, cada semente germinará e nos dará uma colheita, não? Assim, se planto abacaxi não poderei colher abacate... Se escolho o medo ao invés do amor logo minha colheita será de medo. Em outras palavras, causa e consequência. Ao não podermos fugir de nossas escolhas não podemos fugir de nossas responsabilidades por elas.

Quero agregar a esta reflexão, mais uma metáfora. Imagine um lago redondo no meio do qual jogamos uma pedra. Ao cair, o que a pedra forma? Um ou vários círculos concêntricos que se espalham ao longo do lago, não? Crio esta imagem, para dizer que o ato da escolha não se encerra na ação de escolher. Ele reverbera por toda nossa vida além de onde nossos olhos e imaginação podem enxergar. Um exemplo: ao escolher fumar, estou também escolhendo minha morte... ou a causa dela.

Mais um exemplo. Vamos supor que, em meu trabalho, eu tenha um chefe autocrático que me chama a atenção aos gritos na frente de meus colegas. Eu não gosto disso. A  partir desse fato tenho a possibilidade da escolha. Ou me calo por medo, ou resolvo mudar este comportamento que não me agrada.
Vamos dizer que eu me cale por medo de perder o emprego. Esta escolha terá várias (colheitas) consequências intra e interpessoais...
Em um primeiro momento, aquilo que não falo por medo, sou obrigado a engolir. Fisicamente começo a sentir azia, depois, gastrite, depois úlcera e assim por diante. Mentalmente torno-me não produtivo. Emocionalmente, posso chegara a um estresse. Espiritualmente, frustro a possibilidade de exercer meu papel profissional na íntegra.
No ambiente de trabalho,  perpetuo o que ocorre sem a possibilidade de contribuir para uma mudança.

Vamos imaginar agora que eu escolha por amor/fé. Nada me garante que eu não seja mandado embora. No entanto, se eu quiser mudar uma situação preciso sempre correr riscos e ter fé, acreditando  que conseguirei.
A alternativa então é chamar este chefe para uma conversa e expressar-lhe que cada vez que faz isto comigo, ele mexe com minha autoestima, diminuindo-a bem como minha autoridade perante os colegas. Posso pedir-lhe para que imagine se fosse ao contrario e ele estivesse em meu lugar. Posso ainda dizer-lhe, que como chefe, tem o direito de chamar-me a atenção, porém, que o faça de outra forma.

Há mais uma reflexão adicional que quero compartilhar com você.
Creio firmemente que nossa vida nada mais é que uma grande escola para nos ensinar a lidar com nossos medos. 
Mais uma metáfora?
Então,  imagine uma faculdade. No primeiro ano, medos simples, no segundo medos sutis, no terceiro medos complexos e assim por diante. Cada vez que passamos de ano nos credenciamos a lidar com desafios diferentes. Quanto mais cedo aprendemos a não fugir, acolher e conversar com nosso medos enfrentando-os, mais cedo nos capacitamos a viver plenamente todos os nossos papéis sociais. Somos seres destinados a vivê-los plenamente dando sentido à nossa existência e, muitas vezes, à existência de outros seres humanos.

Pronto para escolher?

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Reflexões: Simplicidade. Temor ou ousadia?

(da série: reflexões. Compartilho trecho do livro Direto do Coração, livro que publiquei pela Gráfica P. Sarcinelli, Divisão Editorial, 1988, São Paulo, SP)

“ Hoje estou mais para filósofo do que para escritor.
Pensei na imperfeição do ser humano. Disseram-me que fui criado à imagem e semelhança de um Deus. Vejo-me, porém, contratando com a ideia que me repassaram.
Sou finito, sou mortal, não tenho a imortalidade. Cresci com a ilusão da onipotência e percebo que não a tenho.
Deus é sinônimo de perfeição. Talvez por isso é que eu tenha insistido tanto em busca-la durante minha vida toda. Porém, neste momento de viver o nada, percebo o quanto imperfeito e frágil sou como ser humano.
Penso que se aceitasse as coisas como realmente são, seria mais feliz. O que há no ser humano que faz com que o muito de hoje seja o pouco de amanhã?
Por que não aceito as coisas que tenho, como são, ao invés de não lhes dar valor indo em busca de algo melhor (perfeito)?
Viver simplesmente, ao invés de não viver por viver buscando o perfeito.
Penso que sendo a vida finita, esta se alimenta do seu próprio existir, ou seja a cada dia que vivo aproximo-me mais do finito. Percebo uma das minhas dualidades que sempre resultou na pressa. Sentindo-me finito, como viver acreditando na ideia de que sou imagem e semelhança de Deus?
Da contradição e da disjunção cognitiva surgiu a pressa e a ilusão.
Deus existe, não tenho a menor dúvida, tenha o nome que tiver. Só que a Vida nele é diferente da vida em mim. A minha conhece os limites de tempo, espaço, imperfeição, impotência. Creio, mesmo, que só o amor é a energia básica que sustenta a existência.
Este momento do nada, tem me feito refletir sobre a ilusão que é o dia a dia da vida. Esta existe, inconteste. Mas creio que para poder suportá-la em sua simplicidade é que criamos as ilusões, quais plumas e paetês a darem brilho num quadro que não conseguimos aceitar nua e cruamente.
Perceber a simplicidade que é a vida é difícil de aceitar. Algo tipo: é o que é. O é o que é, talvez não me baste. É preciso para não encarar esta verdade, acrescentar-lhe cores e brilhos ou sombras, para não sucumbir ao peso de sua simplicidade, que percebo, esmagadora.
No íntimo, a pergunta de: se a vida é só isso (é o que é) como poder vive-la da forma que é? Acho que a monotonia ou a simplicidade de algum modo me ameaçavam no sentido de fazer com que eu perdesse a ilusão sobre minha onipotência. Daí a procura da intensidade dos altos e baixos para não viver a linearidade.
Questiono-me: se a linearidade (da vida) é que é a normalidade, sendo os altos e baixos a exceção (ilusão)? Deus do céu, como pude enganar-me tanto, querendo aqui na terra viver à Sua imagem e semelhança?
Homem da terra sou parte da terra, tenho a vida no mesmo diapasão da natureza e no mesmo ciclo de vida desta.
-       Pai-nosso que estais no céu, olhai para este ser que está na terra e não permití ensinarem-no que enquanto humano, deve viver à Sua imagem e semelhança. Venha Vós ao nosso reino e ensinai ao homem como viver sua real existência humana, neste reino da natureza.
-       O perceber nossas limitações dai-nos a cada dia, ensinando-nos a conviver com elas, desmitificando as ilusões de perfeição e onipotência de todos nós e perdoando-nos cada vez que cairmos na tentação de viver a nossa vida humana como deuses.
Percebo em mim temor e ousadia ao fazer esta oração. Como ser humano é muita pretensão fazê-la ao Criador. Não há porém ofensa. Apenas reconheço-O em seu plano e eu no meu. Creio Nele e fico feliz por haver descoberto as diferenças que existem entre nós.

Já não me sinto em disfunção com a vida da natureza que me cerca. Parece-me ser mais igual a ela. As cadências mais iguais, também. A minha é minha, a dela (natureza) é dela mas há algo que nos une, que nos é comum ”.