segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Presença. Mais presença!

agricultor na India, 2000, foto by RF.

De todas as muitas reflexões que fiz sobre como encerrar 2013, fazendo a passagem para 2014, meu coração me indica uma única palavra: presença. Mais presença!

Mas o que é a presença? É a capacidade consciente de viver o momento presente no exato tempo do aqui e agora. E, como é difícil! Porque viver neste estado de presença implica abrir mão dos mecanismos mentais (pensamentos) os quais não suportam o bonito vazio do estar presente, simplesmente fluindo com o que acontece, sem julgamentos ou críticas de nenhuma espécie, tais quais bom ou mau, certo ou errado, gosto ou não gosto e muitas outras.

A mente-ego para provar que é ou existe, ou ainda que é necessária, precisa estar em constante movimento e nisso ela, em seu jogo,  faz com que  a atenção vá para o passado ou para o futuro. No passado pelo apego ou pela comparação, no futuro pela expectativa. Ambos, apego ao passado e expectativa pelo futuro nos impedem de estar plenamente no momento presente.

Viver o presente estando nele implica em confiar que o que está acontecendo será exatamente o que terá de acontecer naquela situação e naquele momento. Quando consigo estar assim, consigo alcançar um estado de liberdade e de co-criação com tudo o que acontece vivenciando ou experenciando um estado de consciência diferente, o bonito vazio de estar presente abrindo mão de todas as defesas do ego-mente-controle.

Implica assim em abrir mão do querer controlar, do conseguir poder viver os (aparentes) momentos da insegurança e do caos sem ter que fazer algo para dar uma direção ou ordem para tudo o que esta acontecendo. Simplesmente estar presente e confiar entregando-se ao momento do agir sem ação, do fazer sem fazer, do estar estando pleno, ouvindo, vendo, sentindo, tocando com atenção plena tudo o que a vida está trazendo.

É assim que pretendo fazer a passagem de 2013 para 2014.
Ah, sem esquecer de trazer sempre muita curiosidade ao invés do julgamento.

Feliz 2014.

sábado, 12 de outubro de 2013

" O que os outros vão pensar?"




Não há certo ou errado quando se trata de nossa vida ou de um momento especifico pelo qual estamos passando. Afinal só cada um de nós sabe onde o sapato nos aperta.
Talvez o melhor, nestes momentos de crise interna, seja, para podermos conviver conosco em mais harmonia, suspendermos temporariamente o julgamento em termos de certo e errado, em termos de bom ou mau e expulsarmos  de nosso campo o juiz crítico também.
Tenho percebido ao longo da vida que o pior juiz não está fora de nós mas dentro. Nós é que aprendemos a dar muito valor ao que os outros vão pensar se fizermos isto ou aquilo ou se deixarmos de fazer isto ou aquilo. Em outras palavras projetamos nos outros o nosso medo do juízo que fazemos de nós mesmos.
E, caímos de novo na armadilha do medo: medo da não inclusão, de não termos controle, de nos tornar vulneráveis.
Quanta ilusão alimentamos em função do ambiente externo a custa de nosso bem estar interno.
Despertar a consciência de que somos passageiros como tudo nesta vida pode nos ajudar a não nos apegarmos às aparências,  a vivermos mais em função de sermos fiéis a nós e nossos valores mais autênticos.
Quando somos fiéis aos nossos valores mais intrínsecos e nosso sentir, pensar e agir estão alinhados a eles, fazemos as pazes conosco e com o mundo. Coerência.
Quanto tempo na vida perdemos com a preocupação de “o que os outros vão pensar?”
Nós somos os nossos próprios clientes e nossos próprios fornecedores em nosso projeto de vida. Mais ninguém! Assim, o que trazemos para nossa vida e o que oferecemos a nós mesmos tem de trazer a qualidade da consciência como marca registrada.
Consciência mais Coerência. Aí neste espaço, na junção deles pouco importa o que os outros vão pensar. Está tudo bem!

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Não se aprende empatia com a cabeça, mas com o coração!


 Em nosso projeto de vida, somos nossos próprios fornecedores e clientes. Vivemos em um mundo relacional. O que faz a diferença é o grau de consciência e como o expressamos na vida. Expressar a consciência é, por exemplo, ajudar as pessoas a serem responsáveis pelas próprias escolhas. A qualidade das escolhas pode tornar o nosso mundo melhor.

Que tal se a maioria de nossas escolhas fosse consciente? Se as pessoas percebessem que o ato da escolha não se encerra na ação? Que toda a vez que escolhemos o ato de escolher ou de não escolher trará para nós e para todos os envolvidos direta ou indiretamente com a escolha ou a omissão, consequências que podem não ser visualizadas de imediato, mas que ocorrerão a curto, médio e longo prazo?

Um pouco mais ainda: a escolha pode ser por ação ou omissão. Quando, por exemplo, podemos, mas não desejamos escolher. Em ambos os casos a ação ou a omissão trará seus efeitos. Não se pode fugir das escolhas assim como não se pode fugir da responsabilidade por elas.

Quem sabe sair de si (egocentrismo) e pensar também no outro (altruísmo) antes de fazer escolhas possa ser um primeiro passo para expandir a consciência e melhorar essa condição de escolher?

Pensar no outro deveria ser matéria obrigatória em nossas escolas desde o primeiro grau de ensino. Não se aprende empatia com a cabeça, mas com o coração.

Vivemos em um mundo relacional e interdependente onde tudo, absolutamente tudo, está inter-relacionado. Escolher o melhor não apenas para si, mas para o sistema onde estamos inseridos pode propiciar uma expansão da consciência e uma escolha que pode tornar aquele ambiente onde estamos inseridos melhor qualquer que seja ele (a família, a empresa, a comunidade e o planeta).

Costumo dizer que precisamos pensar com nossa cabeça, mas com o coração do outro. Lembro-me de que quando criança minha avó dizia aos netos após fazer um bolo: “um corta e o outro escolhe o pedaço”. Simples assim!

Ricardo Farah