quarta-feira, 19 de setembro de 2018

De volta para dentro


Olho e observo em torno... Vejo nas empresas por onde transito;  vejo nas mídias sociais, escuto nas conversas em cafés, nos restaurantes, nos bate-papos de corredores...
Estamos todos muito voltados para fora e pouco conectados com nosso mundo interior. Super pré-ocupados. Com o exterior. E, como tal, pouco ocupados com o essencial, os nossos desejos internos de estar em paz, de viver mais saudavelmente, de ter mais tempo para a família, para estar com amigos, etc. Afinal, são tantas as demandas externas!

Como sobreviver em um mundo que escolheu a competitividade em vez da colaboração? Como conviver na empresa com líderes e colegas que nos sufocam por suas posturas e atitudes muitas vezes tóxicas? Como conseguir trocar a noite de sono pela preocupação do trabalho de amanhã? Como negociar a paz de espírito pelo salário?  

Existe, em todos nós,  uma ânsia, verdadeira e real,  por sermos  felizes ou buscarmos a felicidade. Porém, onde encontrar a felicidade que não estamos encontrando? Fora de nós...E aí começa o perigo! Inconscientemente compensamos a infelicidade, calando nossos mais legítimos desejos internos e buscando a felicidade fora de nós. Em coisas, objetos e até em pessoas que cremos – que uma vez obtidas – nos trarão a tão buscada felicidade. E, então,  trocamos nossa paz de espírito pela busca de um  carro melhor, um apartamento maior , mais uma roupa da grife, o novo modelo do celular top de linha,  etc... Um círculo vicioso e ilusório que nos aprisiona cada vez mais.

E, enquanto  vamos nos enganando projetando a felicidade que um dia obteremos no externo,  vamos adoecendo no interno. Nos arrastamos para o trabalho que já não nos traz satisfação; dirigimos no trânsito que nos rouba muitas horas de vida diariamente, engolimos as refeições rapidamente. “É preciso fazer mais com menos...”
  
Para calar a dor da alma que grita desesperadamente,  nos voltamos ainda mais para o exterior e nos fingimos de surdos ( e mudos). Olhamos para os lados e justificamos que o que estamos vivendo é normal, “ todos fazem assim”...  Algumas vezes fazemos de conta, jogando o “jogo do contente”,  publicando a imagem que desejamos passar de felicidade nas mídias sociais.

Esquecemos que precisamos de momentos diários de interiorização, de plena consciência em escutar os nossos valores mais verdadeiros e os desejos mais legítimos de nosso coração. Escutar aquela voz que queremos, por medo, calar.
Precisamos de estar conosco em meditação, em oração à nossa verdade interior, dialogando amorosamente com nossos medos, se  quisermos ressignificar nossa vida. Para isso, precisamos ser verdadeiros e compassivos conosco e, também,  com as pessoas que nos cercam.  A mudança exterior só começa após a coragem de uma mudança e um equilíbrio interiores.
(#BNK!)